Belo Monstro

E a minha terra é tão grande

Que me perco só de pensar

Diversidade, vixe, é abundante

Nem sei por onde começar

Imensidões verdes gritantes

Mais parece terra de gigantes

Nossa, como amo o meu lar

E o povo que é da terra

Pinta a cara, pr’alma mostrar

Bate o pé com firmeza

No solo que é da mãe natureza

Respeitando cada pedaço de chão

Sem destruir nem desgastar

Pois ali se ganha o seu pão

Dos animais nada se leva

Só o que eles dão de bom agrado

Comem da terra, somente a erva

Sem que o verde seja roubado

Servem de caça mas sem sumir

E se um morre, outro há de surgir

Assim é esse solo iluminado

Mas a minha terra está morrendo

Outros vieram lhe tomar a vida

E o nosso verde está desaparecendo

Sem que nos de uma contra-partida

Chegaram com máquinas, fecharam o rio

Deixaram o povo num imenso vazio

Por causa de uma tal energia homicida

E o meu povo agora chora

Lágrimas verdes saem da fronte

De um medo do que há lá fora

O medo de perder seu horizonte

Por causa da energia maldita

Saia as ruas e se permita

Diga não à Belo Monte

Walter Gandarella
Enviado por Walter Gandarella em 13/06/2011
Código do texto: T3031529
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