Belo Monstro
E a minha terra é tão grande
Que me perco só de pensar
Diversidade, vixe, é abundante
Nem sei por onde começar
Imensidões verdes gritantes
Mais parece terra de gigantes
Nossa, como amo o meu lar
E o povo que é da terra
Pinta a cara, pr’alma mostrar
Bate o pé com firmeza
No solo que é da mãe natureza
Respeitando cada pedaço de chão
Sem destruir nem desgastar
Pois ali se ganha o seu pão
Dos animais nada se leva
Só o que eles dão de bom agrado
Comem da terra, somente a erva
Sem que o verde seja roubado
Servem de caça mas sem sumir
E se um morre, outro há de surgir
Assim é esse solo iluminado
Mas a minha terra está morrendo
Outros vieram lhe tomar a vida
E o nosso verde está desaparecendo
Sem que nos de uma contra-partida
Chegaram com máquinas, fecharam o rio
Deixaram o povo num imenso vazio
Por causa de uma tal energia homicida
E o meu povo agora chora
Lágrimas verdes saem da fronte
De um medo do que há lá fora
O medo de perder seu horizonte
Por causa da energia maldita
Saia as ruas e se permita
Diga não à Belo Monte