*DESABAFO OPORTUNO*
Estou escrevendo com um sorrisinho nos lábios. Parece um desabafo oportuno pra todos. Afinal falamos tanto em liberdade, mas a verdade que ela existe apenas no pensamento e no desejo de ser?Livre? Como um pássaro cantador. Se cada um de nós botasse pra fora as suas vontades, o mundo seria bem menor, pois o espaço não seria suficiente para tantas coisas inescrupulosas contidas no interior do SER HUMANO. Teríamos vergonhas de nós mesmos. Porque não gritar, falar alto, dar estrondosas gargalhadas, soltar pum dentro do elevador e do ônibus sem esconder a autoria. Falar na lata a verdade nua e crua. Correr nus na chuva, cantar sem ter voz afinada. Fazer amor sem complexo, sem medo. Fumar um baseado dentro de casa com os pais e irmãos naturalmente. Dizer?EU TE AMO?Para aqueles que realmente amamos (...) a sociedade não permite tais liberdades! Nos livros diz a escravidão se foi pelas mãos de uma princesa. Mentira! Podemos fazer o que na telha? Muitos acham que são, mas se prendem á contas pra pagar, deveres, favores, compromissos inadiáveis etc., etc. sem contar que a escravidão braçal ainda existe. Vemos isso nos jornais, crianças com marretas quebrando pedra ou nos sinais com suas caixinhas de bala e pior com mãe, pai vigiando de longe, ás vezes. E lugares aqui mesmo no Brasil que não se ganha nem um salário mínimo. Assim vivemos no nosso dia dia onde pouco tem muito e ?Muito tem muito pouco ou quase nada. Contribuindo assim a população pobre sem educação, sem saúde, sem teto, sem eira nem beira. E ninguém faz nada, nem mesmo eles que passam por essa situação crítica. Parecem se acomodar, acostumando com a miséria, vivendo muitas vezes em lixões, sujos, desdentados. Dinheiro para resolver essa crise não faltaria se em algumas ocasiões fosse para dentro de cuecas, meias e contas estrangeiras. Ganhando verbas pra obras inexistentes e inacabadas (...) então onde está Á TAL?Liberdade? Provavelmente está dentro de uma cápsula esperando à hora X para ganhar a imensidão.
Para o texto: RISOS PERDIDOS
De: MÁRIO SÉRGIO ANDRADE