MARIA DE NINGUÉM
Quem se importa com o que se passa
no coração desta frágil criança
qualquer um a compra e a abraça
e em seu peito enfia uma lança
Menina mulher, tão menina
tão maltratada, explorada
encarando a sua amarga sina
entre os seus sonhos, ignorada
Não teve tempo para sonhar
nem infância, nem brinquedo
sem amor, fez da rua o seu lar
vendo a maturidade chegar tão cedo
Uma Maria em meio a multidão
corpo ainda sem forma definida
mas no peito não cabe qualquer ilusão
já assinou a sentença da sua vida
Entre um e outro covarde
que lhe arranca os seus trapos
morre cada sonho que arde
num coraçãozinho aos farrapos
Célia Jardim
Quem se importa com o que se passa
no coração desta frágil criança
qualquer um a compra e a abraça
e em seu peito enfia uma lança
Menina mulher, tão menina
tão maltratada, explorada
encarando a sua amarga sina
entre os seus sonhos, ignorada
Não teve tempo para sonhar
nem infância, nem brinquedo
sem amor, fez da rua o seu lar
vendo a maturidade chegar tão cedo
Uma Maria em meio a multidão
corpo ainda sem forma definida
mas no peito não cabe qualquer ilusão
já assinou a sentença da sua vida
Entre um e outro covarde
que lhe arranca os seus trapos
morre cada sonho que arde
num coraçãozinho aos farrapos
Célia Jardim