Herói preso

Hoje meu herói foi preso

Algemado em público,

Humilhado e ainda pisoteado

Pela arrogância dos violentos e poderosos

Hoje meu herói estava fraco e combalido

Com as vestes rasgadas, com sapatos rotos

E com olhos marejados de angústia indecifrável

Hoje meu herói

Não apagou os incêndios,

Não removeu escombros,

Não subiu nos píncaros e nem voltou dos umbrais

Restou sua roupa vermelha de vergonha

De viver de migalhas,

Das entrelinhas e do jogo político mesquinho

Dos governantes.

Meu herói hoje raspou a cabeça e deixou escrito

O número 439.

Expressivo numeral a reter na memória

e no cárcere

Aqueles que apenas protestavam,

Mas a lei não deixa.

Eles reclamavam ruidosamente

Mas a vaidade não deixa.

É uma pena, o herói contemporâneo

Padece entre a mídia e a opressão dos

regulamentos fardados de indiferença

E despidos de honra.

Viva os bombeiros!

Hoje o herói está preso em sua bravura.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 08/06/2011
Código do texto: T3020859
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