Sinais
Uma chama ardendo o incenso
sem vontade de incensar;
labuta impossível onde penso,
rabiscar idéias, que façam pensar.
Se na zona polar da alma inquieta,
do trenó o cão se perdeu,
edifica a mão do falso profeta,
o iglu pra abrigo do ateu?
A guerra tropical, pelo poder,
qual saldo, desde que veio?
Mais que crianças a combater,
quebrando, ambas, o brinquedo alheio?
A paixão armando às almas,
contra tudo, cada um se atreve;
cobrindo vômitos com palmas,
bandeiras ao vento, neurônios em greve.
Nos “coliseus” da Roma atual
infelizmente, nada temos de novo;
desafetos lançados à fúria animal,
César, e o circo do povo.
A plebe saciada da sede de sangue,
olvida mazelas, ao calor do show;
dispersa, iludida, pra que não se zangue,
é buscada, pelo que sempre buscou.
Os que sabem ler sinais de fumaça,
discernem logo, a trama apache;
zombados, sem crédito, eis a desgraça!
Não falam, sem que alguém esculache.
Dormir co’um barulho desse tipo?
Mas qual a vantagem de se acordar?
Obesa corrupção na clínica de lipo,
e famélica honra, errando a vagar…