Sinais

Uma chama ardendo o incenso

sem vontade de incensar;

labuta impossível onde penso,

rabiscar idéias, que façam pensar.

Se na zona polar da alma inquieta,

do trenó o cão se perdeu,

edifica a mão do falso profeta,

o iglu pra abrigo do ateu?

A guerra tropical, pelo poder,

qual saldo, desde que veio?

Mais que crianças a combater,

quebrando, ambas, o brinquedo alheio?

A paixão armando às almas,

contra tudo, cada um se atreve;

cobrindo vômitos com palmas,

bandeiras ao vento, neurônios em greve.

Nos “coliseus” da Roma atual

infelizmente, nada temos de novo;

desafetos lançados à fúria animal,

César, e o circo do povo.

A plebe saciada da sede de sangue,

olvida mazelas, ao calor do show;

dispersa, iludida, pra que não se zangue,

é buscada, pelo que sempre buscou.

Os que sabem ler sinais de fumaça,

discernem logo, a trama apache;

zombados, sem crédito, eis a desgraça!

Não falam, sem que alguém esculache.

Dormir co’um barulho desse tipo?

Mas qual a vantagem de se acordar?

Obesa corrupção na clínica de lipo,

e famélica honra, errando a vagar…

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 03/06/2011
Código do texto: T3011330
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