SUBVERSIVO
O mundo que não pedi,
Foi assim...
E tive que seguir,
Sem poder dele, fugir.
Aprendiz de andarilho,
O solo foi meu colchão,
A pedra meu travesseiro,
O céu deu-me proteção.
Andei quase nu,
Rasgado e pé ferido,
Pisei em barro,
Pedra e espinho.
Tantas e tantas vezes,
Sufoquei o grito.
Na mão raro pão,
Matava a sede no riacho,
Não era um fracassado,
Apenas ignorado na atual situação,
Um subversivo na contramão.
Um incômodo para sociedade,
Um questionador de “verdades”,
Alguém que cansou de ser bobão.
Dispensei anéis e canudos,
Para não ser mais um letrado corrupto,
Cansei e esse mundo não me seduz mais, não.