Uma rotina adoravelmente incansável

É missão;

É vocação;

É desejo;

É profissão;

É filosofia;

É sobrevivência...

É missão a mão que segura a pequena mão para as primeiras letras;

É missão a mão que aponta, que afirma, que conduz com lucidez o obscuro do saber.

É vocação a mão que desperta com suave toque para a vida;

É vocação a mão que afaga, que enxuga as lágrimas e que bate na mesa com firmeza.

É desejo a mão que expressa as suas e as vossas vontades de querer mais.

É desejo a mão que se estende e segura nos olhos da alma o querer, saber, viver.

É profissão a mão que ora anota o azul da vitória, ora o vermelho do fracasso;

É profissão a mão que grita com suavidade a vontade de querer mais.

É filosofia a mão que explica o inexplicável e o que não se consegue explicar;

É filosofia a mão que vira os acordes da leitura, do saber, do que se sabe, do que confunde o saber.

É sobrevivência a mão que chora e quer rir com as contradições e punições da profissão;

É sobrevivência a mão que tem a missão, que pratica a sua vocação, que toca seu desejo, que percebe a profissão na complexidade do filosofar de uma rotina adoravelmente incansável.

É do professor essa mão de decepção e de ação diante da luta e da vitória do sobreviver.

É do professor essa mão do esperar, do sonhar, do viver e do sobreviver da rotina adoravelmente incansável de ser.

Djailson Malheiro
Enviado por Djailson Malheiro em 29/05/2011
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