Uma rotina adoravelmente incansável
É missão;
É vocação;
É desejo;
É profissão;
É filosofia;
É sobrevivência...
É missão a mão que segura a pequena mão para as primeiras letras;
É missão a mão que aponta, que afirma, que conduz com lucidez o obscuro do saber.
É vocação a mão que desperta com suave toque para a vida;
É vocação a mão que afaga, que enxuga as lágrimas e que bate na mesa com firmeza.
É desejo a mão que expressa as suas e as vossas vontades de querer mais.
É desejo a mão que se estende e segura nos olhos da alma o querer, saber, viver.
É profissão a mão que ora anota o azul da vitória, ora o vermelho do fracasso;
É profissão a mão que grita com suavidade a vontade de querer mais.
É filosofia a mão que explica o inexplicável e o que não se consegue explicar;
É filosofia a mão que vira os acordes da leitura, do saber, do que se sabe, do que confunde o saber.
É sobrevivência a mão que chora e quer rir com as contradições e punições da profissão;
É sobrevivência a mão que tem a missão, que pratica a sua vocação, que toca seu desejo, que percebe a profissão na complexidade do filosofar de uma rotina adoravelmente incansável.
É do professor essa mão de decepção e de ação diante da luta e da vitória do sobreviver.
É do professor essa mão do esperar, do sonhar, do viver e do sobreviver da rotina adoravelmente incansável de ser.