A HUMANIDADE E O SEU TEMPO

Para entender a si, o outro e as coisas,

O Homem inventou o Tempo.

O que é este vento,

Se não mera conjectura humana?

Os bichos, as plantas e demais seres

Vivem sem o antes e o depois.

Bastam-se com o pois.

O Tempo,

De coisa criada tornou-se deus.

Cura as feridas.

Corrói provocando ruínas.

Acumula formando dunas.

Ah, o Tempo!

O Homem tenta domar os cavalos

Desta carruagem desenfreada.

Há os que se preocupam só com os problemas

Do Tempo que se acham seus.

São os políticos ou contemporâneos.

Os que acham que a correria está demais.

Estão sempre tentando frear a ventania

E querem retornar:

-não mudem os marcos antigos!

Dizem.

São os religiosos ou os retrógrados.

Há os que conseguem ser mais velozes que este louco carro.

Estão á frente do Tempo.

No Tempo em que vivem nem sempre são sucedidos.

Para a maioria destes que assim são

O sucesso só vem depois.

São aqueles que possuem almas de artistas,

Os vanguardistas.

O homem sempre procurando eternizar-se

Inventa e se reinventa.

Reina em um reino que não é senhor.

L.L. Paraty, 16/01/2011.

POEMA 115 – CADERNO: TÊNIS VELHO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 26/05/2011
Reeditado em 18/08/2011
Código do texto: T2994575
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