Profano
Profano
Luxurioso, ladino e profano.
Eis-me no quarto;
No anonimato
A observar teu corpo;
Teu encanto.
Sequer percebes
Minha surdina fascinação.
Ignoto ao irônico que violará
Teu templo com obstinação.
À noite me tenho lascivo
E logo serás mistura de mim
No universo libertino
Em que me encontro
Que me é empírico desabono.
Teu corpo tomado de repouso
Lança-me à contradição.
Meu corpo é volúpia desregrada,
Tuas curvas salienta-me
A percepção exata.
Dissimulada despercebida
Vira-se ressonando
Ver vultosa flor distorcida,
Não há juízo para tanto
O perfume e o orvalho da flor
É o ápice do meu bem-querer.
Desfaleço-me leve, sublime
Por me ter possuído em você.
(Wagner Viana)