Quantas vezes

Quantas vezes,
vi os meninos de rua,
num sono agitado,
estirados
na calçada nua,
tendo por coberta
as estrelas e a lua!

Quantas vezes
vi o esquálido mendigo
de trapos vestido
tremendo de frio,
sem ter um abrigo!

Quantas vezes vi a mãe
com o filho o colo,
sentada no chão
a chorar, implorando
por um naco de pão!

Quantas vezes vi você
apressado passar,
esquivando-se
daquele olhar pidão,
preocupado demais
com seu ego,
para sequer um olhar,
um sorriso, quanto mais
estender a mão!

Porto Alegre/RS















 
Antonia NeryVanti (Vyrena)
Enviado por Antonia NeryVanti (Vyrena) em 19/05/2011
Reeditado em 27/05/2020
Código do texto: T2980469
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