A MOSCA
A mosca repousa flutuante
Dançando calmamente
Num giro que o próprio tempo ignora.
Tentando satisfazer suas necessidades,
Paira diante do homem e chora
Um pranto tão curto que nem chega a lagrimar.
E cansadamente segue adiante
Procurando em outros seios solidão,
Mas só encontra seu próprio reflexo.
Seu próprio reflexo nos olhos de uma criança
Que no frio da noite, ou no calor do dia,
Procura no lixo um pouco de comida.