A VELHA
Da velha janela
observando a rua
e seus transeuntes
e todos os enfileirados postes
e fios que se estendiam para lá e cá
parecendo teias de aranha
cordas bambas de circo
espaguetes pretos
emaranhados técnicos
progressos que se perderam no tempo
os asfalto escorrido
e poluição
estava a VELHA
como que prisioneira
da velha casa
que dela se apossava
do velho tempo
que por ela passou
de velhas doenças
que de sua carne comia
de velhos sonhos
que dela fugiram
de velhos pesadelos
que a realidade se fazia
da velha esperança
que de todos nós
toma conta.
Foi quando nossos olhares se cruzaram.
Ela da janela sua.
E eu da canela da rua.
Seus olhos comigo dialogaram:
-aqui parado estou trazida pela sentença da vida
-e você para onde vai com este andar ligeiro?
-não adianta se esconder, ninguém foge de seu juiz.
L.L. Bcena, 21/12/2010
POEMA 160 – CADERNO: TÊNIS VELHO.