A VELHA

Da velha janela

observando a rua

e seus transeuntes

e todos os enfileirados postes

e fios que se estendiam para lá e cá

parecendo teias de aranha

cordas bambas de circo

espaguetes pretos

emaranhados técnicos

progressos que se perderam no tempo

os asfalto escorrido

e poluição

estava a VELHA

como que prisioneira

da velha casa

que dela se apossava

do velho tempo

que por ela passou

de velhas doenças

que de sua carne comia

de velhos sonhos

que dela fugiram

de velhos pesadelos

que a realidade se fazia

da velha esperança

que de todos nós

toma conta.

Foi quando nossos olhares se cruzaram.

Ela da janela sua.

E eu da canela da rua.

Seus olhos comigo dialogaram:

-aqui parado estou trazida pela sentença da vida

-e você para onde vai com este andar ligeiro?

-não adianta se esconder, ninguém foge de seu juiz.

L.L. Bcena, 21/12/2010

POEMA 160 – CADERNO: TÊNIS VELHO.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 14/05/2011
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