DESTINO

Cala-te

e engole as doses mais fortes

de quem te tem,

de quem te goza

de quem de usa como forma

de alimentação.

Cala-te

e debruça-te sobre a grama

e engorda com o efeito da

goma

e cai como se em deliciosa

cama

pois este é teu destino

acalentador.

Cala-te

e sofre como se o destino

fosse teu

como se gozar fosse sentir

doer

e como se tino não tivesse

para reclamar...

Ou vira-te de pernas pro

ar

e mostra que o destino

é teu,

que tu que o vives

é quem irás traçar.

(Poema publicado no livro cúmplices, de 1993).

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 10/05/2011
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