DESTINO
Cala-te
e engole as doses mais fortes
de quem te tem,
de quem te goza
de quem de usa como forma
de alimentação.
Cala-te
e debruça-te sobre a grama
e engorda com o efeito da
goma
e cai como se em deliciosa
cama
pois este é teu destino
acalentador.
Cala-te
e sofre como se o destino
fosse teu
como se gozar fosse sentir
doer
e como se tino não tivesse
para reclamar...
Ou vira-te de pernas pro
ar
e mostra que o destino
é teu,
que tu que o vives
é quem irás traçar.
(Poema publicado no livro cúmplices, de 1993).