O DEUS DE METAL
Doma escravos dos horários,
é senhor do humano império,
extravasa seus delírios
pelo chão do purgatório,
a cuspir seus féis espúrios.
Vida no extrato bancário,
leva gente aos cemitérios
e a aumentar todo o martírio
do penar dos mais simplórios,
crava o seu cruel augúrio.
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Obrigado, Ana Flor do Lácio, pela bela interação:
Ah, deus de metal, falso, fulgurante e tão procurado...
Faz do pequeno, grande; do feio, belo; certo o errado!
Do pobre, nobre; do velho, jovem; do cobarde, valente.
Faz do escravo, senhor; amaldiçoado, o mais puro crente!
Roubas o travesseiro da cabeça do justo, ó deus execrável,
Transformas no pior dos mentirosos o homem mais confiável!