O DEUS DE METAL

Doma escravos dos horários,

é senhor do humano império,

extravasa seus delírios

pelo chão do purgatório,

a cuspir seus féis espúrios.

Vida no extrato bancário,

leva gente aos cemitérios

e a aumentar todo o martírio

do penar dos mais simplórios,

crava o seu cruel augúrio.

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Obrigado, Ana Flor do Lácio, pela bela interação:

Ah, deus de metal, falso, fulgurante e tão procurado...

Faz do pequeno, grande; do feio, belo; certo o errado!

Do pobre, nobre; do velho, jovem; do cobarde, valente.

Faz do escravo, senhor; amaldiçoado, o mais puro crente!

Roubas o travesseiro da cabeça do justo, ó deus execrável,

Transformas no pior dos mentirosos o homem mais confiável!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 07/05/2011
Reeditado em 08/05/2011
Código do texto: T2955063
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