Alzheimer

A morte da lembrança não é a extinção do ser,

Mas extinção do mundo do ser.

Como alguém que caminha sem deixar pegadas,

Que vê rostos sem feições,

Que acena para o nada.

Como um original sem cópia,

Apagado pela borracha dura

Página por página

Até que reste apenas

Um borrão confuso.

Um borrão que se perde

Entre a propriedade

E a incerteza absoluta.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 28/04/2011
Reeditado em 28/04/2011
Código do texto: T2935520
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