ADIVINHA O BICHO
carimbam monumentos,
colorindo-os com negros excrementos
vagueiam nas enchentes,
em busca de recantos displicentes
roubam ninhos e lixeiras,
berrando que te viu pelas biqueiras
ostentam vestes cascudas,
movendo-se por pernas cabeludas
habitam a madeira fina,
e a tudo afastam com naftalina
urram à noite em orgias,
por ruas e avenidas frias
filhos da lealdade desdenhada,
sôfregos de alma esfomeada
Em crípticas tonalidades,
a fuça da malha insana
revela-nos humanidades
na subconsciente fauna urbana...