O poeta

O poeta é bobo de sentimento.

Quem acredita nele, é louco.

Às vezes, vive o que não vê.

Tem o ódio e amor sem viver...

O poema é dor, é amor.

É um dom encarnado pouco a pouco.

O lamento choroso faz chover...

Pensamento que não se sabe o porquê.

O poeta é um aparelho do além.

É uma forma de sonho real também.

O poeta é assim, cheio de fantasia.

Mente e finge a jura sem jurar!

Seu papel é repleto de magia.

Seu caderno tem quase tudo e o nada.

Seu poema fala mais que ele.

Tem estórias iludidas em contos de fada.

Tem contos na favela perdidos sem ternura.

Todo poeta é encantador no sonho dele.

Ele chora a lágrima da verdade sem ser...

Ele é a felicidade da ferida sem doer.

O poeta é assim, não tem vergonha de nada.

Ele imita, mesmo que apanhe nas palavras.

Ele tem dentro de si um tesouro de estrelas.

Em todo romance que escreve sonha com a donzela...

O poeta é o mendigo e o rei das mazelas.

O poeta é um aparelho do além.

É uma forma de sonho real também.

Todo poeta é encantador no sonho dele.

Ele chora a lágrima da verdade sem ser...

Ele é a felicidade da ferida sem doer.