Infância
Ah, que saudade
Eu tenho
Dos meus oito anos?
Não!
Era tanta miséria, desgraça!
Ah, que saudade que tenho
Da minha infância querida?
Nem pensar, não tinha graça!
Que infância?
Querida?
Como querer uma infância de trabalho escravo
Como sonhar com mangueiras, várzeas
Bananeiras,
Se as tardes
De fagueiras
Nada havia
O cansaço não permitia
Oh, que saudade que tenho
De não ter saudade!