Infância

Ah, que saudade

Eu tenho

Dos meus oito anos?

Não!

Era tanta miséria, desgraça!

Ah, que saudade que tenho

Da minha infância querida?

Nem pensar, não tinha graça!

Que infância?

Querida?

Como querer uma infância de trabalho escravo

Como sonhar com mangueiras, várzeas

Bananeiras,

Se as tardes

De fagueiras

Nada havia

O cansaço não permitia

Oh, que saudade que tenho

De não ter saudade!

Rosimeire Soares
Enviado por Rosimeire Soares em 23/04/2011
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