Condomínio
Nasce ligeira a manhã,
com ela as impertinências
das vozes no primeiro andar
dissociadas de descrição.
Às sete as crianças se vão
o atraso desperta antes
que os mais atentos percebam
seus efeitos,
As velhas se encontram
pra mais um mofo de mexerico,
sabem de cor, quem sai, quem entra
tudo em um instante,
Ode a moça elegante do sorriso caprichado
e atributos divinais, que sozinha se descabela,
no quarto é verdadeiro, na varanda torna-se exagero
Dizem os ouvidos probatórios.
Não há novidade!o oficio quinzenal
se sai bem como coluneta de jornal
vomita o ranço, e aprimora o vitupério,
Queixa-se da galhofa das crianças
Queixa-se da ausência de gentilismo
Queixa-se do barulho de escarro
e do nojo excessivo,
Tolerância de boca, não é emitida
pra bom entendedor, um olhar basta;
a animosidade não é garantia,
divagação nas contas a pagar
é combustão para a própria
tirania.