E agora? E o futuro, civilizados?
Sentado num tronco de árvore,
Observando:
As línguas de fogo sobre a mata,
O céu negro de fumaça
E os animais desesperados...
O velho índio chora.
Sentado num tronco de árvore,
Espreitando:
A devastação sem fim da terra
O ronco das moto-serras,
Os gritos dos assassinos: "Madeeeeeira"!!!
O velho índio chora.
Sentado num velho tronco,
Olhando, impotente:
O mercúrio invadindo as águas,
A fome sem fim das dragas
Engolindo nosso rio...
O velho índio chora.
Sentado numa serra de cinzas,
O velho índio agoniza:
O ar já não espalha na alma alegria e vida.
As chuvas cessaram...
Os bárbaros estão indo ( o meu povo)
E agora? E o futuro, civilizados?