Meu Grito

Trago, no peito,
Um grito contido,
Que clama JUSTIÇA,
DIREITOS IGUAIS...
Um grito indisposto,
Ao silêncio ceder,
Um grito disforme,
Teimando em sair,
E, assim, desta forma,
O mundo atingir...
Um grito penetrante,
Em todos os quadrantes
Do mundo infinito...
Um grito vibrante,
Que fosse capaz
De um surdo ouvir,
De o mundo acordar...
Um grito eficaz,
Pleno, vibrante;
Um grito brilhante,
Com força de PAZ...
Porém, no real,
Meu grito é pequeno,
Nada ele diz,
Bem pouco alcança
A vaga esperança
De algo melhor...
Porém, no futuro,
De muitos lugares,
Distantes aldeias,
Metrópoles, campos,
Neste universo,
Virão se juntar...
Um som uníssono,
De total alcance,
Chegará ao mundo,
À elite, à Corte,
Aos mais abastados,
De nome e posses.
Talvez um milagre
Venha a ocorrer,
Neste grito distante,
Parado no ar.
Talvez um milagre,
Se faça sentir...
Neste dia esperado,
O grito gigante
Do povo sofrido
O mundo abala...
O grande se cala...
Prevalece o desejo
Do grande “Criador”
Em se repartir
O pão e o amor!
Trago no peito
Um grito contido,
Que clama JUSTIÇA,
DIREITOS IGUAIS! 
   
                     (Ana Stoppa)


( do livro “Diagnóstico” ).

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 06/04/2011
Reeditado em 07/04/2011
Código do texto: T2893524
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