Nos dias do capitalismo
Nos dias
em que o capitalismo imperava
havia rudes silêncios
nas trevas em que estavam
os construtores das riquezas
Vivendo em frios barracos
arqueando sob pesos variáveis
mãos encardidas
olhos sem futuro
fígados estragados
por bebidas e dissabores
Quem suporia
que daqueles homens sem luz
brotavam tais maravilhas?
foguetes espaciais
automóveis reluzentes
computadores velozes
televisores de lcd
Naquele tempo
a máquina capitalista
vomitava sobre o mundo
seus lucros e dólares loucos
enquanto nos cadafalsos
sonhava-se a liberdade
e com um tempo em que todos
Ficariam livres do poder das mercadorias