Casos e Descasos

No dia dez de novembro

Tivemos uma noite de cão

Depois de chuviscos fracos

Que pensamos: não tem

Importância não, pois já

Os vimos em outra ocasião.

Mas desta vez foi diferente,

Nos surpreendeu e, de repente,

Estávamos de velas na mão.

Pedíamos a Deus clemência

Perdão por nossos pecados

Desculpe-nos, Senhor,

Nunca mais faremos algo

De errado, mas nos dê

Uma chance de sairmos

Desse emaranhado

De sofás, mesas e cadeiras

Para os que em casa estavam.

Os que se encontravam na rua

O caso foi mais complicado, pois

Não tiveram ajuda que lhes

Permitissem o retorno

Aos seus lares sagrados.

A situação foi difícil

Todos queriam entender

Porque a vida de tanta gente

Repentinamente deu um nó

Queríamos todos ir às ruas

Porém lá, a coisa estava pior

Até dos larápios de plantão

Dava para sintir dó.

Dó de mim, dó de você,

De todo cidadão compromissado

Em pagar os seus impostos

E cumprir com o seu legado

De ser um bom pagador

Excelente cumpridor

Com as tarefas do Estado.

Mas este nem sempre está

Com seu povo preocupado

E ninguém sabe o que ele faz

Com os impostos arrecadados

Pois não os emprega onde devia

Levando o povo a sua revelia

A passar por maus bocados.

Os poderosos envolvidos

Por isso não passam não

Suas casas têm geradores

Que os livram da maldição

De ser um cidadão comum

Num país onde o descaso

Reina e está entronado

Sem se preocupar com os fatos

Que atingem os bons cidadãos.

Fechando o meu desabafo

Quero ainda aqui lembrar

De alguns casos ocorridos

Ditos peculiares ao povão

Aquele amargurado e que

Sofreu as consequências

Do malfadado apagão.

Além do calor desgraçado,

Corria-se para todos os lados

A buscar a solução, para salvar

Velhos e crianças que se emcontravam

Nos leitos de hospitais sem "proteção".

Este é o meu relato, respondendo

À pergunta de um cidadão alemão.

(Do livro "Parece que foi Ontem")