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NO FRONT


Nada de novo no front...
A batalha do dia a dia
começa com esta monotonia,
com este fazer de coisas
que não cabem na minha poesia.

Tudo é rotina nesta sentina
imaginária, que eu criei.
Fiz um verso e, sentei.

Estou no trono dos destronados.
Sou um rei desafortunado.
Sou poeta dos descamisados.
O meu batalhão é de ilusão.
Todos sonham acordados.

Lá se vão os coitados...
“Bandeira branca
enfiada em pau forte”...
Eu digo isso porque
sou um cara de sorte.

A minha meta
não tem sul nem norte.
Tem um amor
encravado nas entrelinhas.

A minha dor é ver
o que esse povo sofre
e nada poder fazer.


02.04.2009