Eu só!... No sertão. No pó. E só.

Eu estava ali

No meu mundinho pacato

Até que me deparei com um ser tão...

... nordestino!

... viche menino!!!

Seu olhar tocou o meu...

Pelo clamor... do desamor.

Em sua face tão corada

A camuflagem da dor

Em seus olhos o grito do lamento:

- Ai Meu Deus... que desalento!

De seus lábios cerrados

Pude ouvir o desabafo

Num sussurro que ecoa...

Da alma em farrapos

Cercada pelo descaso

Revelado pelos fatos

Das gentes à toa.

Sua linguagem é o olhar

Aos céus e clamar...

Clamar...

Aos céus!...

Um clamor!...

Um olhar...

Uma dor...

Um estômago...

Um vazio...

Um deserto...

Um clamor!...

Um favor!...

Por amor.

A seca!...

À seco!...

A só!...

Eu só!...

No sertão.

No pó.

E só.

Maricília Lopes Silva
Enviado por Maricília Lopes Silva em 22/03/2011
Código do texto: T2864897
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