PROSPERIDADE AMIGA
Estado de espírito, riqueza
Que, abundante, transborda lá do fundo
Ter dinheiro, ter sonhos de grandeza
Garantir pra si tesouro profundo
Não tira do homem sua pureza
Nem o faz ser odiado no mundo.
O que vai mesmo contra a natureza
E que pode destruir num segundo
É querer ganhar dinheiro de um jeito
Pela sociedade não aceito
Juntar muito dinheiro pro futuro
Gastar pouco, vivendo pra poupança
Trabalhar, suar a camisa, dar duro
Depositar na moeda a esperança
Preocupar-se com nada além dos juros
Interessar-se no valor da herança
Mas, desprezar os que estão em apuros
É não pesar direito na balança
Os prós e contras da independência
É ter grana e o mesmo de carência
Penso que ser rico é querer semear
O bem com os bens, ter abundância
É gostar muito de ajudar aos pobres
Amparar a velhice e a infância
Dos oprimidos pela classe nobre
Os submetidos à total ganância
Daqueles que o próprio poder encobre
Os responsáveis pela discrepância
Que existe entre as classes endinheiradas
E as outras que não possuem nada
O mundo pode ser outro, de fato
Tudo pode melhorar, certamente
É só acreditarmos que, inato
Há um grande poder dentro da gente
Mesmo dispensando todo aparato
É possível mesmo encarar de frente
A fala humilhante de um ingrato
A arrogância de um rico descrente
O sofrimento do desamparado
E o desprezo de um arruinado
Tendo ou não tendo bastante dinheiro
Ser feliz é viver cada momento
Com grande fé e ardor alvissareiro
Tirar do próprio trabalho o alento
Entregar-se de alma e corpo inteiro
Esquecer que na vida há sofrimento
Aceitar, como obediente cordeiro
Deixar-se levar ao sabor do vento
Viver é bom quando muito se ganha
Mas, quando a felicidade acompanha