Os Mariscos No Rochedo
"As agruras desta vida, impostas
Aos mais humildes, sem proteção
Ou dotes, são deveras violentas,
Na luta cotidiana, da frágil
Sobrevivência..."
A vida qual oceano, repleto de
Espécies tantas...
O oceano qual vida, repleto de
Dores tantas...
Entre o espaço infinito, do solo
Da terra aos céus, vagueia um
Povo cansado de esperar desesperado...
De minar a cada dia a forçada
Resistência...
Entre este espaço infinito, qual solo
Acidentado, íngreme, árido, penoso,
Estão as lágrimas do povo
A banhar todas as pedreiras...
E nos rochedos das praias, agarrados
Em desespero, há um molusco
Interessante, persistente, forte, grande...
São os mariscos da praia, agarradinhos
Nas pedras...
Por vezes um raio de Sol faz sentir-se
Nos rochedos...
Quando aquece a rocha fria, baixa a
Maresia, a vida brilha incontida...
Distraídos, delirantes pela graça
Recebida, através da luz do sol,
Os mariscos sobrevivem...
Na mansidão da enseada, como acontece
Na vida, por vezes sobe a maré
Violentando rochedos,
Escurecendo o dia,
Implantando tanto medo...
Os mariscos agarradinhos, qual
O povo na esperança
Sobrevivem aos solavancos,
Advindos do oceano...
Marejam os olhos de Deus, por seu povo
Assim sofrido.
Marejam as nuvens nos céus, quais as
Lágrimas do irmão...
Deste irmão de alma e fé, que vive a
Cada minuto agarrado no futuro,
Esperando a melhoria, a baixa desta maré.
Marejam as estrelas do mar que nada podem
Fazer pelos mariscos dos rochedos...
Porém, quais estes mariscos que tiram a
Força do nada, preservando seu espaço
Que o mar teima em sucumbir, estão os
Homens no espaço.
Vivem na esperança de um dia, não
Tão distante o mundo ouça seus gritos,
Clamor da alma esquecida, perdida,
Dilacerada.
Quais os mariscos da praia
Incógnita o homem que é povo,
Espera que a vida ofereça,
Na luz do dia que raia,
Um Sol a brilhar de novo!
(Ana Stoppa)
( Do Livro “Diagnóstico”, 1989 -
Titulo original: Sobrevivência, Ana Stoppa )
"As agruras desta vida, impostas
Aos mais humildes, sem proteção
Ou dotes, são deveras violentas,
Na luta cotidiana, da frágil
Sobrevivência..."
A vida qual oceano, repleto de
Espécies tantas...
O oceano qual vida, repleto de
Dores tantas...
Entre o espaço infinito, do solo
Da terra aos céus, vagueia um
Povo cansado de esperar desesperado...
De minar a cada dia a forçada
Resistência...
Entre este espaço infinito, qual solo
Acidentado, íngreme, árido, penoso,
Estão as lágrimas do povo
A banhar todas as pedreiras...
E nos rochedos das praias, agarrados
Em desespero, há um molusco
Interessante, persistente, forte, grande...
São os mariscos da praia, agarradinhos
Nas pedras...
Por vezes um raio de Sol faz sentir-se
Nos rochedos...
Quando aquece a rocha fria, baixa a
Maresia, a vida brilha incontida...
Distraídos, delirantes pela graça
Recebida, através da luz do sol,
Os mariscos sobrevivem...
Na mansidão da enseada, como acontece
Na vida, por vezes sobe a maré
Violentando rochedos,
Escurecendo o dia,
Implantando tanto medo...
Os mariscos agarradinhos, qual
O povo na esperança
Sobrevivem aos solavancos,
Advindos do oceano...
Marejam os olhos de Deus, por seu povo
Assim sofrido.
Marejam as nuvens nos céus, quais as
Lágrimas do irmão...
Deste irmão de alma e fé, que vive a
Cada minuto agarrado no futuro,
Esperando a melhoria, a baixa desta maré.
Marejam as estrelas do mar que nada podem
Fazer pelos mariscos dos rochedos...
Porém, quais estes mariscos que tiram a
Força do nada, preservando seu espaço
Que o mar teima em sucumbir, estão os
Homens no espaço.
Vivem na esperança de um dia, não
Tão distante o mundo ouça seus gritos,
Clamor da alma esquecida, perdida,
Dilacerada.
Quais os mariscos da praia
Incógnita o homem que é povo,
Espera que a vida ofereça,
Na luz do dia que raia,
Um Sol a brilhar de novo!
(Ana Stoppa)
( Do Livro “Diagnóstico”, 1989 -
Titulo original: Sobrevivência, Ana Stoppa )