Repetitivo

Ela passou duas vezes,

sendo, uma delas, a minha vez:

Minha vez de ver a melhor forma de atingir a embriaguez.

Aquela louca vontade de atingir um ponto qualquer que oculte a sensatez.

Ah! Como eu quero...

Assim como, aqueles pedintes, eu espero!

Meço a raiva, ante ao obstáculo, aceso, inculto, reverbero...

Os méritos não rimam com os opressores nulos de razão e esmero!

Ela passou três vezes,

mas não me viu, ali, esperando, há preces.

Mal sabia, eu, o quanto seriam os possíveis revezes,

de estar em meio a tempestade, sem amarras no solavanco dos conveses.

Ah! A vida é boa!

Ter o “viver” é o problema a proa.

Todos remetem sarcasmo para que você se roa.

Ninguém trança a corda para que tu subas até onde não doa.

Ela passou infinitas vezes...

O menino morreu, pisado, como fezes.

Ninguém se importou em presenciar as pútridas peles.

Só se viu uma notícia, corriqueira, repetitiva, repentina, eleitoreira... Reles!

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 08/11/2006
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