Sentença insana.

Sentença insana.

O que será das flores,

dos perfumes e cores,

do verde e do azul,

da vida de norte a sul?

Dos peixes e dos colibris cantantes,

dos lobos e das lebres saltitantes,

dos pobres e dos ricos sedentos,

não saciados nos rios fedorentos?

Das árvores em brasa e carvão,

vingadas na natureza que em vão

tenta mostrar-nos a insensatez

agigantada em nossa pequenez?

De que servirá os bens acumulados,

quando não puderem impedir

a sentença deste mundo adoentado,

apodrecido pela ganância de possuir?

Pra que o ouro, a prata e o brilhante,

quando precisarmos do ar e da água pura,

e o sol, provedor da vida e amante,

for também o carrasco que fere sem cura?

Pobre espécie à ambição subjugada

que sob o peso de sua sentença insana

cambaleia ao abismo de vidas cortadas

a sepultar-se no negrume que se derrama.

Lídia Sirena Vandresen

(13.02.08)

Lídia Sirena
Enviado por Lídia Sirena em 11/03/2011
Código do texto: T2842359
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