Seres, sois seres?
Que seres sois?
Robôs, máquinas,
Estruturas mecanizadas,
Metálicos seres?
O robô sangrava,
Haviam calos em suas mãos...
A estrutura metálica sentia,
Vi a tristeza espiando num canto do seu olhar...
Ah, aproximei-me...
Senti o cheiro do seu suor,
Ouvi o pulsar do seu coração,
Assustei-me...
Dentro da máquina, havia um ser
Atrás do rosto murcho, da pele ressequida...
Dos lábios emudecidos... das palavras ocas,
Da mente aprisionada, ideias poucas, toscas...
Havia um ser...
Haviam sonhos, desejos inconfessos
Sentimentos indizíveis, indecifráveis sentires...
Então, chorei...
Revi-me pelo retrovisor da história,
E no espelho, naquele it de memória, revi outros seres...
Contemplei vidas e vidas... seres,
Sois seres?
Fiquei a me perguntar... que seres sois?!