Estamos morrendo afogados!
Eu voltei. Não para aplaudir, mas reclamar.
Senhores leitores, vamos lutar pelo que é nosso de direito. Nós somos patrões.
Somos nós que pagamos o salário de políticos de uma politicagem mal feita.
Eles ganham muito pelo pouco que fazem. Fazem nada.
Mal feitores de um resumo mal adaptado.
Ao som de Roberto Carlos, eu digo: Eu voltei.
Voltei a resmungar a doce esperança de olhares tristes e de choros de uma noite mal dormida.
Meu som ainda não te incomoda? Calma que irei aumentá-lo.
O que falar da cidade natal em que vivo. Era conhecida por ser terra da garoa, hoje é a terra das enchentes.
Apenas em cinco minutos de chuva, a terra fica planada de tanta água, a terra nem consegue mais absorver. Só nós, povo injustiçado, absorvemos uma política tão desagradável aos nossos pensares.
Estamos deixando levarem nossa terra. Não podemos deixar. Vivemos numa democracia, somos o grito de democratas. Mas estamos numa situação em que vivemos num lugar menos democrata.
Temos que deixar nossos automóveis de rodas e nos adaptar por barcos. Essa será a realidade exposta em nossa rotina.
Eu sei o que é isso, não escrevo por escrever, mas eu passei por isso. Eu sei o que é ver sua mãe chegar em casa e ver só destroços e quase perder seus filhos sem ao menos ter dado um adeus. Iria partir sem ter dado um adeus para aquela que eu amo. Ah, mamãe quase perdeu o seu troféu da vida. Sem falar por aquelas que já perderam e continuam perdendo, pois nada se resolve. Apenas fica minha idéia de revolta.
Quem diria, São Paulo cheia de ilhas. Estamos ilhados por águas de uma população que chora pedindo socorro. Eu peço socorro: já fiz tantas cartas para a prefeitura pedindo apelo para os inocentes. Mas, nas suas sentenças, tampam os ouvidos.
Covardes vocês então, porque fomos nós que colocamos vocês aí. Somos seus patrões, então temos o direito de fiscalizar seu mal trabalho e criticá-lo. Podem vir assinar a rescisão de contrato. Pois será despedido por justa causa. Ninguém mandou ficar com os braços cruzados.
Não precisamos mais de seu trabalho mesquinho. Cuspo no chão porque é de lá que vocês vêm. Vocês são apenas a tampa do meu bueiro.
Vocês são tão tolos que prezam pela economia de um dinheiro que nem é seus. Mas que economia é essa que gasta mais dinheiro com os caos que as enchentes trazem do que com as preservações? Economistas de bosta. Eis que agora mostro minhas nádegas para vocês e solto meu apelo, porque vocês estão acostumados com merdas. Vocês são uns merdas.
Nessa reflexão, deixo mais uma vez o apelo para o povo que esta sendo engolido pela terra, a terra não tem culpa. Culpa é de um governo que não dá lugares descentes para uma população sonhar. Eis que a vela não se apaga e os mortos não param de chegar. Isso só irá acabar quando a vela estiver com algum economista.
Senão, não bastará o choro de pessoas que tinham um sonho que era apenas viver em paz!
Amém.
Fecho seus olhos e jogo rosas de lágrimas e digo: Descanse em paz, pois a paz nunca fez parte desse mundo. Apenas dos mortos.
Eu choro por elas! São por elas que eu escrevo e luto. Elas merecem meu respeito.
Eu sou o que sou por causa delas, lamentações.