Menino de rua
Cambaleia o menino
De um lado para o outro/
Sem rumo, aparentando estar tonto/
Em poça o pé na água,
Nas poças lameadas
chuva cai do céu
Ele senta na calçada
Sozinho vive seus olhos
Diante de varias visões
Pernas e braços
Andam sem corações
cegado pela crise sociopolítica
Opaco segue sua vida
entre inda e vinda, conta - se mentira
Como cão abandonado
Ladrando sozinho
Molhado, sem nome
Sem afeto ou carinho
Se DEUS existe?
Porque seus olhos não veem?
Porque sua boca se cala?
Porque sua mão na age?
Porque e porque?
Sem contos e encontros do livre arbitrou
Se condenado somos por ele
E julgados perante os apitos
Ele faz uma reflexão sobre si passando por uma Igreja.
__Engano à ali! Dizem que aqui é aposento de DEUS
ele tem milhões de casas e eu herdo o vento.
Cólera que corre entre as veias sanguíneas
lágrimas que escorre pelo filho da vida
Deixa-se o nome, num canto qualquer
tristonho olhar, por não ter um lar
Agora as águas escorrem pelo vidro
De um lado o sofá a TV, o amar
Do outro lado fica fintando o olhar
Da falta: do pão, do não, do amor, do coração
Escorre a chuva se vai pelo chão.