Universo Urbano
Tempo que voa
Numa via pública
Via férrea
Carros enfileirados
Engarrafados
Gente que vai
Gente que vem
Há mendigo na esquina
Um ladrão
No asfalto um corpo caído
Ambulância não chega
A polícia onde está?
O que fazem os políticos?
Universo Urbano
Há imagens tortuosas
Às vezes desfocadas
Há sempre desigualdade
solidão
aventuras
melancolia, viagens
saudade
morte prematura
sonhos irrealizáveis
fantasias
há fome
miséria
mentiras
verdades
camelôs
ruas
ruelas
becos
bancos com gente sentada
esperando o tempo passar
prédios, jardins
gente desocupada
rica
pobre
branca
negra
religião várias,
hoje eu direi
fugere urbi
Universo Urbano
Há sempre revolta
preconceito
poluição
o preso
o solto
o feliz
o infeliz
a hora marcada
o encontro
os amantes
os relógios nas torres das igrejas
ansiosos soam as horas
descompassadas
Universo Urbano
Há sempre
um doido
um tarado
um estuprador
um marginal.
No parque, onde estão as crianças?
já não brincam mais
Porque segurança há há
Uma selva de pedra
E por fim o cosumismo.