Universo Urbano

Tempo que voa

Numa via pública

Via férrea

Carros enfileirados

Engarrafados

Gente que vai

Gente que vem

Há mendigo na esquina

Um ladrão

No asfalto um corpo caído

Ambulância não chega

A polícia onde está?

O que fazem os políticos?

Universo Urbano

Há imagens tortuosas

Às vezes desfocadas

Há sempre desigualdade

solidão

aventuras

melancolia, viagens

saudade

morte prematura

sonhos irrealizáveis

fantasias

há fome

miséria

mentiras

verdades

camelôs

ruas

ruelas

becos

bancos com gente sentada

esperando o tempo passar

prédios, jardins

gente desocupada

rica

pobre

branca

negra

religião várias,

hoje eu direi

fugere urbi

Universo Urbano

Há sempre revolta

preconceito

poluição

o preso

o solto

o feliz

o infeliz

a hora marcada

o encontro

os amantes

os relógios nas torres das igrejas

ansiosos soam as horas

descompassadas

Universo Urbano

Há sempre

um doido

um tarado

um estuprador

um marginal.

No parque, onde estão as crianças?

já não brincam mais

Porque segurança há há

Uma selva de pedra

E por fim o cosumismo.

Gilson Pontes
Enviado por Gilson Pontes em 02/03/2011
Reeditado em 02/03/2011
Código do texto: T2824548
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