LIVRAI-NOS SENHOR, LIVRAI-NOS!
Da poeira da saudade
Que nos cobre de melancolia e dor
Da agonia da insegurança cotidiana
Que nos afasta do amor
Da azia que o dinheiro provoca
Com sua ausencia no oco bolso
Da feiura que invade
Todos os seres, cantos e almas
Livrai-nos Senhor, livrai-nos
Dos aneis, dos infieis e coroneis
Dos comprimidos, compelidos e atrevidos
Dos capangas, barangas e missangas
Livrai-nos Senhor, livrai-nos
Posto que o deposto, oposto ao composto
Governo dos miseráveis inválidos
Também já trama a sua volta ao poder
E quem pode mais é quem vai nos valer
Livrai-nos Senhor, livrai-nos
Do fim.
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Bahia, 31-12-2004.