Pela janela vejo a "Novela da Vida Sem Fim"
Passos apressados, medidos metros de todos os dias iguais e silenciosas frases de “Bom dia!”
Rostos de todas as formas, cores, e expressão não-verbal: rostos urbanos.
“Acorde cedo”!, “O sol ainda não nasceu, amor!” ; “ Quanto tempo faz que eu não o vejo, Sol?”
São as ruas repletas de esquinas com os seus moradores esquisitos com os seus olhos de brilhos de lágrimas e óleo
Tropeções, e, ombros com ombros, e nem mais desculpas é necessário pedir ou exigir
É veloz o tempo lá fora, e aqui na minha janela, vejo o tempo como um quadro com um desenho de relógio marcando 06h00min, 12h00min, 18h00min
E nada para, e nada deixa de fazer barulho, e corre um louco de paletó e cueca!
E sorrisos de crianças admirando o concreto da grande cidade-grande.
E lá vai o carteiro, e lá vai o bombeiro de folga, e lá vai o médico de roupas quase branca...
Minha janela ainda se ver buquês e paixões; desamores e solidão.
Com toda nitidez e observação, não sei se deva fechar a minha janela para o dia
E abra a minha janela para a noite!
São tão parecidos todos os horários e seus marcadores que parecem almas-gêmeas!
E quando finalmente tudo ficar em silêncio, e nenhum rosto não mais se observarem
É hora de se olhar pela a última janela, que também é sua observadora, e finalmente iniciar uma nova janela!...