SONETO SEMAFÓRICO
Cotidiana pausa pra pensar
É o rubro dessa luz que me fornece.
Malabares sem confetes voam o ar.
Do vazio, do não sonhar ele padece.
Invisível, transparente ele é.
Nunca foi, nunca será, ninguém o viu.
Não tem alma, não tem corpo, não tem fé,
Filho da pátria amada que o pariu.
Vai abrir! Chega bem perto. Uma moeda!
Acelera! Sobe o vidro. Trava a porta!
Olha a polícia! Um estrondo. Uma queda!
Um a menos! Sem problema. É ladrão!
Ninguém viu! Ninguém verá. Ninguém se importa!
Outro sinal! É o Brasil. Na contra-mão!