*INCERTEZAS

Abro a porta na incerteza
Olho os lados vem o medo
Vem bicicleta com certeza
Mão no freio, noutra, o dedo

Aponta, o olhar de cão domado
Ou a bolsa ou a vida menino?
O povo olha e foge calado
A vista altiva em tom abismado

Senhora eu quero as horas
Ó meu Deus, me perdoa
Que tristeza por que choras
É a vida que me magoa

É tudo desmoronando
A água enchendo e secando
O Mar, a vida tragando
O meliante ali roubando

A bala corre apressada
O grito no asfalto vermelho
Que vida desassossegada
Dá samba com muito enredo
                          sonianogueira

Antro e Víboras

Vida interrompida,
Alma sem salvação,
Bala sem pólvora,
Coração sem pulsação.

Fauna exterminada,
Revolver sem munição,
Terra devastada,
Caminhos sem direção.

Batismo de fogo,
Amor sem paixão,
Pais e filhos,
Irmãos contra irmãos.

A flora foi dizimada
Ficou triste a primavera.
Mais arrogante ficou o inverno

A natureza foi morta,
Envenenada por falsas promessas:
Angelicais para os iludido,
Diabólicas para os fanáticos.

No infinito âmago sem crepúsculo,
Proféticas profanações em desmatamento.
Em antro de víboras foi jogada a natureza.


Agamenon Troyan é escritor e poeta
machadocultural@gmail.com

Carlos Roberto de Souza
(Fanzine Episódio Cultural)


http://www.fanzineepisodiocultural.blogspot.com
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 14/02/2011
Código do texto: T2791734
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