Vazias

Sucumbe o homem diante a fome.

Chora, apenas chora,

pois sem forças, não pode gritar.

Seus olhos não pedem, imploram.

Perdida sua alma vaga a procura de paz.

A barriga vazia,

anseia por um pedaço de pão.

As mãos fracas, não levantam,

não reagem.

A tenuidade estampada em tua face,

é a mais clara visão do teu espírito,

ainda com vida,

porém que morre aos poucos,

e a Deus roga depauperado.

Incrédulo, crê apenas na certeza

de que a morte calará sua dor,

e virá saciar o desejo da alma,

ao deixa-la repousar

num sono eterno de paz.

E virá aliviar o corpo,

que agora sem vida,

não mais sentirá fome.

Distante estará agora do mundo,

onde...

Falta o alimento que supre o desejo d´alma.

Sobram almas vazias.

Falta o alimento que sustenta o corpo.

Sobram barrigas vazias.

13/09/2004

Silvana Rodrigues
Enviado por Silvana Rodrigues em 12/02/2011
Reeditado em 19/09/2019
Código do texto: T2787465
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