Vazias
Sucumbe o homem diante a fome.
Chora, apenas chora,
pois sem forças, não pode gritar.
Seus olhos não pedem, imploram.
Perdida sua alma vaga a procura de paz.
A barriga vazia,
anseia por um pedaço de pão.
As mãos fracas, não levantam,
não reagem.
A tenuidade estampada em tua face,
é a mais clara visão do teu espírito,
ainda com vida,
porém que morre aos poucos,
e a Deus roga depauperado.
Incrédulo, crê apenas na certeza
de que a morte calará sua dor,
e virá saciar o desejo da alma,
ao deixa-la repousar
num sono eterno de paz.
E virá aliviar o corpo,
que agora sem vida,
não mais sentirá fome.
Distante estará agora do mundo,
onde...
Falta o alimento que supre o desejo d´alma.
Sobram almas vazias.
Falta o alimento que sustenta o corpo.
Sobram barrigas vazias.
13/09/2004