Paisagem Alucinógena
Meu pensamento viaja cheio de emoção,
Navega quilômetros e meu rosto respinga,
Concentro-me no sol e na aridez da caatinga
Num retrato poético que enche de lágrimas meu coração!
Espaço deserto e carente de vida
Que não oferece ao olhar humano qualquer petisco,
No arredores corre abandonado o velho Chico
Como se a cada dia estivesse em ritmo de despedida...
A natureza plástica chora como se fosse um menino
Por este arcaico descaso ao meio ambiente,
O papel do homem tem sido hipócrita e deficiente
No solo gretado por onde dia caminhou Severino...
Muitos já usaram da palavra para cantar este dilema,
Mas ali a sobrevivência em nada mudou,
Projetos são engavetados por falta de amor
E o sertão é uma inóspita película de cinema.
O tempo passa sem que se encontre uma saída,
Promessas se perdem no vácuo onde o vazio é uma constante,
Diante de agressivas catástrofes é que vem à mente o retirante
E a vida segue seu rumo perante a tragédia sentida!
Eita terra abençoada de valente cabra da peste!
Que diante da dantesca estiagem sobrevive no perigo...
No solo árido há também plantações que são um risco
Que paira sobre o semblante depauperado do homem do Nordeste!
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