A tristeza do sertanejo

É tão notável a tristeza do sertanejo,

percebemos-a em todos os seus gestos;

Seu caminhar é lento,

como quem já se cansou e percebeu que a pressa não se faz

necessária.

Seu olhar é cheio de lágrimas e de recordações.

Sempre cabisbaixo, segue seu caminho calado;

Sem esperanças não olha para o lado para ver se tem alguém para lhe amparar...

Como é triste a solidão do sertanejo,

percebemos-a em todos os seus gestos.

Seu jeito de falar é manso como a brisa da tarde.

É um ciclo de tormentos sem fim sua rotina afeita.

De manhã o café mostra o amargor do dia que está apenas começando.

Na pausa do trabalho,

á tarde a sua única alegria é descansar debaixo de um Ipê amarelo todo florido.

E á noite a lua tenta iluminar a escuridão dessa melancolia tão profunda

que fez morada no coração do sertanejo.

E ele ao perceber todo esse carinho e selo da sua única companhia engasga e quase chora.

Mas como homem não chora,

ele pega na viola e toca para ela todas as suas mágoas de amor.

Depois ele deita em sua cama e sente uma tristeza maior ainda,

pois sabe que no dia seguinte tudo será igual.

Na sua vida nunca acontece mudanças e nem surpresas.

O que chega doer o meu coração

é saber que ele trabalha o dia inteiro debaixo de um sol escaldante,

na mais triste solidão, ganhando tão pouco,

para não ter nem o direito de sonhar...

Essa é a vida do sertanejo

que envelhece de tanto sofrimento

e eu que escuto o seu lamento,

rezo todos os dias

para que a felicidade lhe dê ao menos um beijo.

Ranyelle Augusta
Enviado por Ranyelle Augusta em 29/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2759324
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