Ali jaz mais uma menina
Só se via seus sapatos antigos
Não mais seus sonhos de menina
Nem sua trança comprida
Já no chão frio e sem vida
Ainda um pouco corada
Que linda menina que entrará no céu sorrindo
Desse jeito até as nuvens vão se abrindo
E assim sem piedade as pessoas vão se aproximando
Para saciar a curiosidade
Ali ninguém se importará com sua idade
Quinze ou dezesseis anos de uma vida perdida
De uma vida sem mistério
Que agora faz sua última viagem ao necrotério
E depois será sozinha
Enterrada na sepultura
Onde nenhum de nós quer ir, o cemitério...
Mas essa é a nossa guerra...nossa própria cultura!