POEMA - REALIDADE

Nas ruas, nas praças, no turbulento trânsito da cidade...

Eles estão por lá.

Crianças, inocentes crianças, sem culpa de viverem indignamente

Mendigam por um pedaço de pão

Enquanto muitos fazem pouco delas

E nada oferecem.

Disfarçadamente uma criança se recolhe em um canto à parte

Para que em seus olhos possam escorrer a lágrima da exclusão

Uma dor de quem tem direito a vida não por completa

Mas que nessas mesmas lágrimas mistura-se a esperança:

Muitos sonhos de dar a volta por cima a alimentam

E em um determinado momento esta mesma criança

Olha para si, pensa no amanhã, e disfarçadamente sorri.

Quem sabe este sorriso discreto amanhã venha a ser um sorriso aberto

de quem viveu lutando e conquistou...?

A nós cidadãos que sempre mastigamos o fruto do egoísmo,

Da indiferença, da exclusão...

Somos incoerentes, pois fingimos que tudo anda bem

Enquanto a realidade é bem diferente...

E temos a possibilidade de mudarmos este quadro

Basta apenas que façamos a nossa parte e com certeza

Esta criança que até então chora dará asas ao sonho de voar.

Esta criança é apenas fruto do meio

Um sistema que oprime e escraviza

Beneficia a minoria privilegiada

Enquanto a fome e a miséria

Tiram a Vida (sinônimo de conquistas)

E traz para as crianças de todo país

O sinônimo da Morte:

Morte a saúde

Morte a educação

Morte aos direitos

Morte a felicidade

E vida a infelicidade.

A desigualdade social é fruto de um vírus que o próprio homem fabrica: o Sistema Capitalista.