RATOS E ABUTRES

Presídios sufocados

de ratos desvalidos,

suplício, pedem força

na mais cruel das forcas!

São estourados nervos

por bravos braços negros,

Brutais urros ferozes

pelas honras banidas

em corpos violados

e perfurados e marcados...

E no nobre reduto

desta bela cidade

de pó e de ouro florida,

abastados abutres

aos gozos insanos,

liberdade ofuscante.

Ofertados diamantes

em más tramas seladas

com brindes vis de anis.

Rompidos himens infantis!

Soberana justiça abortada

e o feto queimado

nas labaredas da vergonha!

Executa-se o ladrão que não tem pão.

Congratula-se o ladrão que tem mansão.

(Primeira publicação em 25 de junho de 2009)

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/01/2011
Reeditado em 26/06/2011
Código do texto: T2746644
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