RATOS E ABUTRES
Presídios sufocados
de ratos desvalidos,
suplício, pedem força
na mais cruel das forcas!
São estourados nervos
por bravos braços negros,
Brutais urros ferozes
pelas honras banidas
em corpos violados
e perfurados e marcados...
E no nobre reduto
desta bela cidade
de pó e de ouro florida,
abastados abutres
aos gozos insanos,
liberdade ofuscante.
Ofertados diamantes
em más tramas seladas
com brindes vis de anis.
Rompidos himens infantis!
Soberana justiça abortada
e o feto queimado
nas labaredas da vergonha!
Executa-se o ladrão que não tem pão.
Congratula-se o ladrão que tem mansão.
(Primeira publicação em 25 de junho de 2009)