Águas Assassinas
As águas voltam.
Mansas e cristalinas
cobrem as campinas
transparentes véus.
Ressurge a vida
dando vida a vidas.
A esperança sobrevoa
ilusões perdidas.
As águas voltaram
Não cristalinas
Não transparentes
Não caídas dos céus.
São monstros ferozes
Que correm velozes
Que fazem enchentes
Que fazem escarcéus.
As águas rolaram.
Desesperança
Desterro
Dor
Solidão
Saudade
Sofrimento
Olhar perdido no tempo...
Águas assassinas!
Por que, meu Senhor?
Se acalmaste tempestades
Dominas potestades,
Tuas lágrimas rolaram
Sobre as ruínas de Jerusalém,
Volve Teu olhar bondoso
Pra nossa gente, também!
Maria de Jesus. Fortaleza, 22/01/2011.