O Ciclo
O grito que há
é inibição,
o grito que há em mim
se cala,
O silêncio que existe
é pura sintaxe, terna e fraterna
em nada isenta, com o grito
consente
não se altera,
Transliteração, simbologia,
mergulhados na diversidade
entende-se tudo e todos
mas as palavras são unívocas,
rígidas, impõe respeito
e ordinariamente
apelam
à ninharia
Comunicar-se
de que forma?
aos meliantes da rua
emprestar os fonemas
e exigi-los em usura
Enunciar-se,
como fantasias de jornal
sentido pronto,
ambigüidade que fere
liturgia estática, representativa
boa fé das pessoas
que em ferro é ferida
Já não faço mais palavras,
e as palavras não me fazem
andam errantes como os discursos
simplificam-se ao ridículo
intensificam-se ao pedantismo
nada ouso fazer!
Querendo ou não,
Em minha função
Tento-me a dizer;
Jaz a necessidade
imperativa de falar
Brindar!
Vida desconcertante
com hábitos hilariantes
Alma amalgamada
por não ser amada,
ser glosso-cognoscível
deleite
mero
enfeite
passivo
Há o sossego,
na multidão do tumulto
Em meio à catálise
acelera-se a linguagem
a catarse antecipa-se a imagem
Apenas, comunique
o olhar, retórica de outro olhar
o sorriso, elogio descontínuo
hesitação ,
que motiva a tentar
redesenhar-se,
êxtase
sufoco
murmúrio
ciclo vital de línguas
sentimentos
de todo mundo