Geração mimeografo
Quem sabe que sou poeta?
Nem meu pai, nem minha mãe.
Não escrevo para os escravos
Ou para os políticos,
Escrevo para os bêbados na praça,
Para as prostitutas do Bar da Loura.
Escrevo sobre a noite mal dormida,
Uma insônia que me acompanha
Desde os tempos do Novo Amapá.
Para os gritos de socorro da solidão.
(Não se morre duas vezes,
Mesmo que de forma abstrata).
Sou da geração mimeografo,
Com livro publicado.
Uns... cem exemplares,
Coisa extrema...pobresa.
Gosto de envelhecer
Tomando Flip Guaraná
Vendo o mar e o sol
A espuma e a areia.