Jovens Réus.
Ando triste vendo ruir-se o mundo
E tão parca a esperança
Crianças que já nascem
Com canceres n'alma.
Abandono infante é fatalmente trágico
Procriação permissiva um desastre
Anunciado ao som da modernidade passiva.
Ando triste carregando tantos olhos
E mãos pequenas com sonhos diminutos
Abrigos fétidos que se obrigam a viver
Para sobreviver.
Sobreviventes de lares desfeitos
de casais mau feitos
de mal feitores boçais
crianças enclausuradas como animais.
Retaliadas as expectativas
Sem carinho, escola a sua história finda
Justificando estatísticas cruéis
Teremos mais jovens nos bancos dos réus.