PERDOAI O POEMA

Deus, oh deus!

Onde está o senhor?

Será que era pra ser igual

A Sodoma ou gomorra.

Será, senhor?

Qual o pecado dessa gente?

Qual o pecado!

Das mães que Sem aleluias

Não acalentará seus filhos,

E da noiva que ficou pro casar?

Dos sonhos, que inda ontem mesmo, eram de luz!

E as crianças... Senhor?

Meu deus, e as crianças!

Aqui, nós buscaremos o quê?

Se é sobre nós que cai o mal,

Se é dos céus,

Ver, é dos céus!

As vozes que clamam agora,

Não entendem,

Eu não entendo,

Minha fé é pouca.

Eu não entendo!

É de ti essa obra, senhor?

É de ti?

Se for, perdoai-me,

Perdoai-nos

Perdoai todos,

Pois, a culpa é nossa,

De cada grito,

No breu das noites de chuva,

Invocando teu nome, senhor! Perdoai.

Das mãos desesperadas que não, mas segura nada. Perdoai.

Da lama, agora nosso túmulo. Perdoai.

Desse poema. Perdoai.

De todos que no rio, agora são rio. Perdoai.

perdoai...

perdoai...

Pois, a culpa é nossa,

É de todos nós.

perdoai o poema.

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 15/01/2011
Código do texto: T2730014
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