As Mágoas que Brotam das Águas
Das águas torrenciais brotam mágoas.
Chuvas benditas para o seio da terra,
Transformam o centro urbano em guerra.
Desabrigo, indiferença ä dor, abandono.
Projetos e vidas precocemente ceifados,
Famílias abandonadas, desestruturadas.
Perdem tudo - pertences, parentes, morada,
Perdem a identidade, o lar, a dignidade.
Desmoronamentos, sucessivos alagamentos.
Promessas se repetem a todo momento.
Passiva a população não tem para onde correr.
A morte ronda, assombra,impõe o sofrer.
A água que é vida também trás a morte.
Quem decide pouco age, solução é miragem.
A cidade um caos, lágrimas barragem.
Quem decide, não escuta o lamento.
Dos pobres desabrigados - sofrimento.
Até quando esta gente laboriosa e sofrida
Suportará o descaso pagando toda esta conta,
Com a preciosa moeda, que tem o nome de VIDA?
Até quando? ( Ana Stoppa)