Homo Sapiens
Ontem fez uma semana que quase morri.
Quase morri de amores por ti.
Quase morri de tanto rir.
Quase morri de felicidade.
Quase morri de saudade (de ti).
Hoje observei os sorrisos nos rostos de pessoas comuns.
Pessoas que andam, que sentam, que estudam, trabalham, descansam.
Pessoas que dormem, que acordam, que leem, que escrevem, que bebem.
Pessoas que comem, que correm, que cansam, que param, que choram.
Pessoas comuns que batalham, que anseiam e que sonham em realizar.
Há uma semana sentia-me extasiada,
Excitada, motivada, com vontade de fazer.
Hoje a vontade se foi, a motivação acabou,
A excitação esfriou, o êxtase passou.
Na semana que vem quem sabe o que se passará aqui dentro de mim?
Quem sabe o que sentirei daqui há duas horas?
Quem sabe o que sentirei amanhã?
Quem sabe o que sentirei daqui há três minutos?
Será que vou fazer amanhã tudo o que planejei hoje?
Ontem lembrei da minha mãe e chorei.
Hoje já não lembrei tanto.
Amanhã talvez eu chore mais ainda
Ou talvez pense nela sem derramar uma lágrima.
Seres humanos.
Complexos, estranhos, desconexos.
Pensantes, desconcertantes.
Hoje faz uma semana e um dia que quase morri.
Quase morri de raiva de ti.
Quase morri de tanto chorar.
Quase morri de tristeza.
Quase morri sufocada (por ti).